terça-feira, março 17, 2009

O CRIME DO ARCEBISPO



O CRIME DO ARCEBISPO

Recebi via email o texto escrito pela Jornalista Miriam Leitão no dia 08/03/09 >>>DIA DA MULHER e gostaria de dividir com todas para uma profunda reflexão não só sobre o texto ou contexto mas sobre o momento particularmente difícil que nosso país , nossas mulheres, nossas crianças vivem por conta da dificuldade em se modificar a legislação vigente.

Esses legisladores que só legislam em causa própria; esses políticos que nos decepcionanm a cada dia porque fazem de seus cargos degraus para o sucesso pós mandato e tristemente a intransigência da Igreja em abrir os olhos para a realidade do mundo. A Igreja recebe milhões em doações, casas, palácios, joias e acho deveria converter todo patrimonio para ajuda humanitária.

As imagens que vemos não só de nosso pais, mas de todos os lugares onde existe a fome, o ortodoxismo de seus dirigentes deveria tocar na alma, no espírito dos religiosos em prol do AMOR AO PRÓXIMO TÃO APREGOADO..

 *Enviado por Míriam Leitão -*
> *8.3.2009* *Dia da mulher* *Seja feliz,


> * *Anoitece no dia da Mulher e este silêncio do blog não é falta do que
> dizer. É tristeza. O caso da menina de Recife foi devastador.. Não, ninguém
> ignora quantas meninas são vitimas da violência em suas próprias casas. Os
> algozes são os pais, padrastos, pessoas que deveriam estar ensinando e
> protegendo. Os números são muitos, os casos que aparecem na imprensa são
> frequentes. Mas a menina de Pernambuco doeu mais.* *Talvez por ter apenas
> nove anos, por estar sendo estuprada desde os seis, ou porque a chantagem do
> padrasto era que mataria a mãe. Ou talvez porque ela é bem pequena, menor do
> que deveria ser para a sua idade.. A menina passou anos vendo a irmã também
> abusada. Só a mãe das duas nada via. O que acontece que cega as mães?* *A
> menina de Recife lembra o quanto a luta da mulher será longa. Recentemente a
> Sharia, um código tribal brutalmente contra a mulher, foi restabelecida em
> todo o Paquistão. Acaba qualquer chance de que não aconteçam casos como a da
> escritora do livro Desonrada, Mukhtar Mai, que foi condenada a ser estuprada
> publicamente porque seu irmão de 12 anos teria olhado para uma mulher de
> casta “superior”. O suplicio de Mukhtar, com estupro público* e múltiplo, só
> não foi mais intenso que sua força de superação. A história dessa
> paquistanesa choca e emociona, mas a notícia de que a Sharia, que tinha
> começado a ser suprimida no Paquistão, volta a ser usada em todo o país é um
> choque. Penso em Mukhtar naquela pequena aldeia onde ela decidiu morar e
> resistir com uma escola para meninas e meninos. *Normalmente eu gosto de
> escrever nos dias oito de março, de quanto avançamos, mostrando estatísticas
> de conquistas, e de quanto falta avançar, mostrando as diferenças salariais,
> o pequeno percentual de mulheres no poder em qualquer país, as
> discriminações, mas aí… veio a menina de Recife.* *Ela simplesmente me
> enfraquece. Que números de avanços levantar para compensar essa violência?*
> *Eu penso nela diariamente desde o dia da notícia. Não pela polêmica da
> Igreja Católica, porque a Igreja não me espanta. Que ela excomungue o
> médico, as enfermeiras, a mãe pela decisão de interrupção da gravidez e que
> nada diga sobre o estuprador, não me surpreende. É apenas bizarro! Medieval.
> * *Eu penso na menina de Recife e nos debates que tenho participado nos
> últimos anos, sempre em março. Nesses debates sempre discordo das mulheres
> bem sucedidas que dizem que a luta está ganha, que o feminismo é um
> movimento ultrapassado, ou outros equívocos assim. Eu, feminista, confesso,
> minha luta e meu espanto diante da incapacidade de ver o óbvio: que cinco
> mil anos de opressão não se acabam em poucas décadas, que há muito a fazer,
> a construir, a vigiar, para que haja algum dia respeito igual. Falta tanto
> para o dia em que poderemos dizer que o feministro está superado!* *Mas
> hoje, na verdade, eu penso apenas no futuro dela: a menina curará suas
> feridas? Conseguirá entender e processar a violência de que foi vítima? Vai
> estudar, ter carreira, filhos? Vai conseguir amar um dia? Escapará das teias
> da reprodução da pobreza? Vai simplesmente reaprender a brincar, como deve
> fazer uma menina de nove anos?..* *Eu podia dizer que ela desperta em mim
> uma fúria feminista. E é verdade, mas é uma verdade incompleta. Ela desperta
> em mim o o sonho de protegê-la de algum modo. De embalá-la docemente e
> contar uma história cheia de aventuras e graça. De cantar para ela uma
> cantiga de roda, de brincar de pique esconde em volta da casa. De ir com
> ela ao cinema e comer pipoca sentada no degrau de uma escadaria. Que tal um
> sorvete para resfrescar o calorão?* *Não sei o que é. Mas por alguma razão
> eu penso insistemente na menina de Recife neste dia da mulher. Penso com o
> coração. Eu apenas sonho que suas feridas se cicatrizem um dia.* *O discurso
> feminista, com estatísticas e fatos eloquentes, eu o farei outro dia. Hoje
> eu apenas quero sonhar que a menina de Recife um dia, apesar de tudo, após
> tanta violência, será feliz.* *[Não vou entrar numa polêmica teológica, meu
> coração não me deixaria dialogar com quem menospreza o estupro de uma
> criança, só sugiro que essas figuras releiam a Bíblia, mais especificamente
> na parte em que Jesus alerta para não mexerem com as crianças. Espero que
> a mãe tome a iniciativa de processar a Arquidiocese de Recife, pelo dano
> moral e psicológico que essa excomunhão lhe causou, e que a reparação seja
> exemplar.]*





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Um comentário:

Unknown disse...

Obrigada por ter me visitado. A chita realmente une as pessoas: temos alguma coisa em comum. Feliz 2010, muita saúde e muito sucesso!
Não percamos o contato... Você é médica? Que especialidade? Meu e-mail diário: irisbrazil@brturbo.com.br
Um grande abraço